sexta-feira, 20 de março de 2009

O grito

Na janela, através da noite
O gralhar sombrio da realidade
Um homem, sozinho, grita sobre uma ponte fria
As palavras tiram fotos do que vêem, mas não dizem tudo
Acordados e atordoados, sonham com realidade
E não realizam sonhos

A caverna de Platão ainda abriga alguns eremitas
Sentados, assistem películas sobre o mundo
As matizes, misturadas, constroem um grande caleidoscópio
Através do qual são dissolvidos os dogmas
Símbolos marcam a existência,
Alguns ainda vêm com foto

O diabo, garboso com sua capa vermelha,
Rouba a mulher do poeta,
Mas este não o crê
Vê o mundo qual bacante e descontrói a verdade
Evade-se para a ilha de Thomas Moore
Porém atraca no continente da segunda-feira.

Um homem fez de sua privada uma fonte
Enquanto outro pintava girassóis
Estátuas discutem filosofia
A guerra, pulsante e sangrenta, estática
E a arte reflete a realidade
Com os olhos cheios de sonhos.

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