sexta-feira, 20 de março de 2009

Ao roedor amigo

O prazer com que se apraz no hábito
E a fraca compleição de seu caráter,
Desvirtuado à retidão de molde imutável,
Tende às sombras,
Mascara as oleosas tragédias de sua face,
Destarte, ilude-se, acredita-se, tenta regenerar-se...
Porém és fadado aos maus atos,
À perfídia és obstinado,
Qual escorpião que fere o que transporta,
E segue, Sísifo a enganar a malograda porta;
Levado pelos pútridos estímulos íntimos que venera,
Prazeres secretos que se oblitera,
Gozo espásmico da perversão.

Morde a mão que o alimenta,
Ilude o coração de quem te ama
Delata a confidência estranha,
Mascara, fere, mata,
Semeia tempestade em nuvens claras
Disfarçado, friamente apunhala...
Porém tem em si o fim para seus atos,
Pois dos aspectos mais natos,
Trair é seu hábito,
E quem tem a traição por norte,
Certamente trará isto à própria sorte.

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