terça-feira, 28 de abril de 2009

Tormenta

Gira o norte do naufrágio
Os marujos jogam dados
Imprevisível e excitante
Tormenta, a melhor amante,
Atua nua em um porto de Cádiz
O mar semeia a tempestade
O leme, solitário, rumo ao desastre
O capitão dá o alarde
O vento traz a fúria de Marte
Contramestre e marinheiros ao convés
Ruge e sopra a mão fria que traz o revés
Rasga a parede d’água como violenta adaga
O futuro é sopro de areia em águas amargas
Esperança, amores e homens ao mar!
A vida, no fundo, é morrer ou lutar
Oceano, espelho do céu em fúria
Contempla a força de quem insiste
E à tua implacável ira se opõe.
O braço forte da coragem em riste
Ao beijo frio do eterno se interpõe
O capitão não abandona o navio a afundar
As Valkírias levam os caídos em batalha
A coragem é a mais valorosa mortalha
E as sereias amam os valentes lobos do mar

Nenhum comentário:

Postar um comentário