terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A turba

Galga a pedra lisa o eremita
Esmera o dedo que escorrega
Sua, sangra, serpenteia a superfície
Luta com a rocha serena e ensolarada
Abaixo, a multidão de sombras marcha
Arrasta esperança pela realidade descampada
O vento se esquiva e o solo sertanejo estala
A vaquejada alquebrada da Baixa da Vaca
Atrai pequeninas e magras formas enfermiças
Geme a turba dos esquálidos e desvalidos
Corajosos, determinados, nômades famintos
Quadros desesperados do desterro
Queimam ante o sorriso da sociedade apolínea
Hipócrita, corrupta, bela e coronelista...
Adora as cifras e orgias da fausta burguesia
Desfruta da tranqüila vida tropicalista
Lambuza-se na podridão política
Ignora a dor de estômagos onde o vazio grita
Como há fome no país onde tudo termina em pizza?

Um comentário:

  1. bacana o poema!
    me lembrou o geverno federal!

    abraços do lingua solta!

    daniel

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