quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Azul sereno

Uiva ardente o vento noturno
Delirante bafejo do desejo
Sentimentos e passos no escuro
Bailarinas memórias ao peito.
Reluz nascente o mar dos caminhos
Indócil, a vontade é amazona
Sopra mel o vítreo azul sereno
Remete afagos ao relento matreiro.
O Sol desvirgina a cidade
Sedenta e despudoradamente bela
Abraço áspero do moderno delírio concreto
Sorve doce o desastrado épico ébrio.
Farfalha o escorrer das delícias
As folhas secas namoram e valsam
Noite de sonhar, dia de ressurgir!
Parte as âncoras o rugir da temperança,
O sino dobra norte ao destino amadurecido
A brisa entoa inesquecível idílio, de sereia o brilho
Entre monte e mar, acorda colorido Rio
Deita sonhos ardentes a fugitiva madrugada...